sábado, 28 de maio de 2011

Reguada

Dói muito e não há como anestesiar e quando menos se espera lá vem de novo para ser remendado. Analista é paliativo, uma espécie de colchão para amortecer a queda. Ego é uma parte do cérebro onde se abafa o caso, lugar onde se dá um boi pra não entrar na briga e por esta razão tanta necessidade de se costurar. Não é uma dor convencional como a de barriga, é outra, ensurdecedora que motiva nossos mais sombrios instintos e o trabalho é tentar doma-lo. Não há meios de se contornar, apenas ele invade como um diabinho nossa praia e a tempestade está armada e uma espécie de embaralhar vai se impondo para resgatar a razão. O ego não se convence de nada menos, não aceita a famosa massagem, borbulha como a boca de um vulcão e seu poder é o de definir a razão com absoluta precisão e caso não se resolva amplamente à contenda, ele não abandona seu posto de promotoria. O que se faz muito é ocultá-lo, mas o resultado pode ser catastrófico rondando como uma sombra negra àquele que se atreve a desafia-lo. Todos nós o desafiamos e o resultado é desastroso e menos mal quando apesar de tantos processos arquivados sem solução um se resolve, como se desembaralhasse de repente, nos permitindo prosseguir. Ego é uma espécie de termômetro emocional, um sensor atento de nosso equilíbrio, uma janela entre o espírito e o cérebro, o que é inaceitável para uns e para outros nem tanto. 28.05.11

Nenhum comentário:

Postar um comentário